Adeus, Paranjana

O texto bom de ler do jornal O Povo de hoje sobre o fim da linha Paranjana, assinado por Janaína Brás, trouxe um verdadeiro provérbio fortalezense, reproduzido por um passageiro: "Se num raio de 20 quarteirões você não vir um Paranjana, é porque não está em Fortaleza”. A prefeitura anunciou o fim da linha e a cidade entrou em comoção.

Os dois principais jornais de Fortaleza — O Povo e Diário do Nordeste — não trouxeram nenhuma arte para que conhecêssemos o alcance da linha na área de cidade. Pois o BLOG DO ILO resolveu o problema. Veja abaixo, em azul, o percurso da quase finada linha Paranjana (clique na imagem para ampliá-la):


O texto — que apesar de leve ainda deve ser jornalístico — chama de "verdade absoluta" a máxima. Não é verdade o que se diz dos 20 quarteirões — nem ao Grande Circular, que tem itinerário mais extenso, cabe a afirmação.

Os jornais também deixaram de lembrar que uma das avenidas mais movimentadas da cidade, a Dedé Brasil, praticamente perdeu sua identidade com a criação da linha, na década de 90. É que a via passou ser conhecida como Avenida Paranjana. A linha de ônibus Paranjana, ao que parece, deixará sua herança.

PS: Aos saudosistas de plantão, cabe lembrar que as linhas da madrugada Corujão Avenida Paranjana 1 e 2 continuam em circulação!

Lave as mãos e tire o cachorro da mesa

O identifcador de impressões digitais tem seu uso mais comum por operadoras de planos de saúde. E foi especialmente uma questão de saúde que levou os vereadores de Fortaleza a aprovar uma lei que trata da "assepsia no uso de equipamentos de reconhecimento biométrico". Publicada no Diário Oficial do Município (DOM) de 21 de dezembro passado, a Lei 9.730 obriga estabelecimentos públicos ou privados a disponibilizar "meios eficazes de assepsia" ao utilizarem os mecanismos que reconhecem impressões digitais. Quem descumprir a lei está sujeito a multa de 100 UFMFs, equivalente a cerca de R$ 5.000. O controle do cumprimento da lei será feito pela Secretaria Municipal de Saúde. A preocupação é com a transmissão de doenças como gripe e conjuntivite. A lei entrará em vigor a partir do dia 21 de março.

Os sábios de plantão já já vão propor leis obrigando a assepsia de maçanetas e corrimãos. Mais fácil e razoável é todos sermos educados a lavar as mãos antes de meter o dedo na boca, nos olhos e afins, de nós mesmos e dos outros.

A onda higienista na legislação municipal havia sido precedida pela Lei 9.727, publicada no DOM de 20/12/2010, que proíbe a entrada de animais em estabelecimentos que trabalhem com alimentos — exceção feita aos cães-guias. Porém, na área de consumação, se houver espaços reservados exclusivos e adequados para receber animais, estes poderão permanecer nos estabelecimentos. O comerciante que violar a lei poderá levar uma advertência, ser multado em cerca de R$ 5.000, ou ter o alvará de funcionamento suspenso ou cassado. A Vigilância Sanitária do Município fará a fiscalização dos estabelecimentos, que terão até 19 de abril para se adequarem à nova lei.

Nesse caso, não dá mesmo para contar com a educação do consumidor. Há quem leve cachorro pra lanchonete e ainda o coloque em cima da mesa.

Ouvir verdades: questão de escolha

O assunto é antigo (ao menos jornalisticamente): já faz mais de duas semanas que o bispo católico Dom Manuel Edmilson da Cruz foi receber uma comenda no Senado e a recusou na tribuna da casa legislativa, no que se esperava ser um discurso de agradecimento. Dom Edmilson recusou receber a homenagem como manifestação contra o aumento que os congressistas se deram dias antes.

Ao ler a transcrição dos discursos da ocasião no Diário do Senado Federal, observei uma atitude no mínimo inusitada do presidente da sessão, o senador cearense Inácio Arruda: ele deixou a cadeira da presidência durante o discurso de Dom Edmilson. Espera-se que por razões mais importantes do que a recusa de ouvir a fala do corajoso homem que ocupava a tribuna.

Veja abaixo a transcrição das considerações finais do discurso de Dom Edmilson e as anotações da secretaria do Senado sobre a presidência da sessão:

"Senhores e Senhoras, sinto-me, primeiro, perplexo; depois, decidido. A comenda hoje outorgada não representa a pessoa do cearense maior que foi Dom Helder Câmara. Não representa. Desfigura-a, porém. Sem ressentimentos e agindo por amor e por respeito a todos os senhores e senhoras, pelos quais oro todos os dias, só me resta uma atitude: recusá-la. (Palmas.). Ela é um atentado, uma afronta ao povo brasileiro, ao cidadão, à cidadã contribuinte para o bem de todos, com o suor de seu rosto e a dignidade de seu trabalho. É seu direito exigir justiça e equidade em se tratando de honorários e de salários também. Se é seu direito e eu aceitar, estou procedendo contra os Direitos Humanos. Perderia todo o sentido este momento histórico. O aumento a ser ajustado deveria guardar sempre a mesma proporção que o aumento do salário mínimo e da aposentadoria. Isso não acontece. O que acontece, repito, é um atentado contra os direitos humanos do nosso povo.

A atitude que acabo de assumir, assumo-a com humildade. Assumo-a com humildade. Sem pretensão a estar dando lições a pessoas tão competentes e tão boas. A todos suplico compreensão e a todos desejo a paz com os meus sinceros votos e uma oração por um abençoado e feliz Natal e um próspero e feliz Ano Novo.

Deus seja bendito para sempre! Muito obrigado. (Palmas.).

[Durante o discurso do Sr. D. Manuel Edmilson da Cruz, o Sr. Inácio Arruda deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. José Nery.]"


Frisson


TV Cidade em preparação para lançar novo programa. "Frisson" deverá ser a versão televisiva da coluna social do site CNews. O perfil da coluna no site diz tudo:

"Frisson é a coluna social com as melhores coberturas da cidade e os eventos mais badalados de Fortaleza. Gente que é destaque, pessoas influentes e que fazem a diferença no meio em que atuam. Gente, eventos e coberturas que vão causar frisson. Fique frissionada e esteja você também no Frisson"

Ficou frissionado?