DIFERENCIAIS
Pelo menos três jornais fugiram da criação fácil de uma primeira página para o tema. O Diario de Pernambuco veio com a manchete "12 mortos; 190 milhões de feridos", acima da transcrição da carta deixada pelo assassino Wellington Menezes de Oliveira. Mas outros dois jornais foram verdadeiramente diferenciais: o cearense O Povo e o Jornal de Santa Catarina. O jornal de Fortaleza, com uma ilustração artística (apesar do pouco significado que papel amassado tem para o fato, a não ser sua sombra desenhando o Cristo Redentor), chama para uma abordagem criativa: "Como falar sobre a tragédia do Rio com as crianças". Já o jornal catarinense trouxe na primeira página uma ilustração com traços infantis e uma frase que a descreve: "Escola é assim". Não precisou de fotos com sangue nem de frases feitas para dizer sobre o que estava falando.
Diario de Pernambuco (Recife-PE)
O Povo (Fortaleza-CE) Jornal de Santa Catarina (Blumenau-SC)
MAU GOSTO
Os jornais populares, por outro lado, não deixaram de lado o sangue em suas primeiras páginas. E se acharam pouco o que havia nos registros fotográficos da tragédia, ainda incrementaram com arte — se é que podemos chamar assim. Os exemplos são do carioca Extra e do paulistano Diário de S. Paulo.
Diário de S.Paulo (São Paulo-SP)
INTERNACIONAIS
Pelo menos cinco dos grandes jornais do mundo falaram da tragédia do Rio em suas primeiras páginas com destaque, trazendo a chamada com a principal foto da capa. Os argentinos Clarín e La Nacion falaram de massacre. O espanhol El País errou no número de crianças mortas, mas não deixou de destacar a notícia — ao contrário dos jornais de Portugal. O inglês The Guardian tratou o assunto como um dos dois mais importantes da edição e foi criativo no título da chamada. O americano The Wall Street Journal utilizou a expressão "shooting spree" ("farra de tiros", numa tradução livre), como são chamados nos EUA acontecimentos como o de ontem, já ocorridos algumas vezes naquele país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário