Ceará paga mal aos bons
O Ceará, a Paraíba e o Rio Grande do Norte são os estados onde as qualidades pessoais dos profissionais (como talento, iniciativa, motivação, liderança e carisma) são menos reconhecidas quando o assunto é salário. É o que concluiu o pesquisador Ricardo Freguglia, da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), em "Os Efeitos da Migração Sobre os Salários no Brasil", em que analisa a remuneração de 500.000 assalariados do país. Entre os que melhor remuneram as habilidades e as boas características dos trabalhadores, estão Amapá, Distrito Federal e São Paulo. A pesquisa também apontou os setores que mais valorizam as qualidades: enquanto na lista dos que pagam bem estão as concessionárias de serviços públicos, entre os que pior remuneram qualidades está a administração pública direta.
História efêmera
Escrever sobre si mesmo é algo difícil. Redigir sobre quem lhe paga o salário também não é fácil. Uma notícia do jornal O Povo de hoje comprova um pouco isso. Aliás, "um pouco" é eufemismo diante do texto que carregou nas tintas no enaltecimento ao jornal — e a edição não usou a tesoura para aparar esses excessos. "Convocação à luta em defesa do Ceará marca homenagem ao O Povo" já é um título que vai além do que noticia: uma sessão solene pelos 80 anos do O Povo na Assembléia Legislativa do Ceará.
No texto principal sobre a homenagem, no qual quem mais se cita é o dono do jornal, o repórter diz que a sessão foi um "evento histórico". Quem deverá lembrar disso daqui a um ano? Talvez alguns dos que estavam presentes à sessão, que, por sinal, não contou nem com metade dos deputados (havia apenas 17 dos 42). Que outros veículos de comunicação deram a notícia? Exceto os do mesmo grupo, nenhum. Ao deixar passar em branco evento com a importância atribuída pela matéria, o restante da mídia deve mesmo estar dando as costas para a história de nosso estado.
O texto, que não é assinado (matéria recomendada pelos chefes não se assina), não é tão ruim como pode fazer pensar esta crítica — esta, sim, mal escrita. Mas chamar a tal homenagem de "evento histórico"... Ah, isso doeu!
No texto principal sobre a homenagem, no qual quem mais se cita é o dono do jornal, o repórter diz que a sessão foi um "evento histórico". Quem deverá lembrar disso daqui a um ano? Talvez alguns dos que estavam presentes à sessão, que, por sinal, não contou nem com metade dos deputados (havia apenas 17 dos 42). Que outros veículos de comunicação deram a notícia? Exceto os do mesmo grupo, nenhum. Ao deixar passar em branco evento com a importância atribuída pela matéria, o restante da mídia deve mesmo estar dando as costas para a história de nosso estado.
O texto, que não é assinado (matéria recomendada pelos chefes não se assina), não é tão ruim como pode fazer pensar esta crítica — esta, sim, mal escrita. Mas chamar a tal homenagem de "evento histórico"... Ah, isso doeu!
56.348 vagas na União
Há 56.348 cargos, funções e empregos públicos para serem providos em 2008. Pelo menos é o número de autorizações que a Constituição obriga a haver na lei de diretrizes orçamentárias para o respectivo provimento. São vagas nos três poderes e no Ministério Público da União. Tomando a previsão da despesa anualizada desses cargos, dá uma média de entre 4.000 e 5.000 reais mensais para cada vaga. Toda essa elucubração se deu a partir de um anexo (o V) da lei federal nº 11.647 (de 24 de março de 2008), que estima a receita e fixa a despesa da União para o exercício financeiro de 2008.
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