Pré-história em Sabiaguaba

Na falta de um curso de arqueologia no nosso Ceará, pesquisas arqueológicas em nosso território acabam sendo feitas por gente de fora. É o caso da pesquisa acadêmica "Os Grupos Ceramistas da Praia de Sabiaguaba", que será em Fortaleza, sob a coordenação das arqueólogas Verônica Pontes Viana e Cláudia Alves de Oliveira, do programa de pós-graduação em arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Cláudia Alves de Oliveira, coordenadora no departamento de arqueologia da UFPE, já foi financiada pela Prefeitura de Fortaleza para produzir o trabalho "A Cerãmica Pré-Histórica no Sítio Sabiaguaba, Fortaleza-CE", apresentado em 2003 a partir de projeto de pesquisa sobre os grupos pré-históricos ceramistas do litoral do Ceará.

Essa pesquisa arqueológica foi autorizada, pelo período de um ano, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no último dia 28. É por meio do Iphan que o poder público protege os monumentos arqueológicos e pré-históricos existentes no Brasil.

E você... Sabia que as dunas de Sabiaguaba podem esconder tanta (pré-)história?

Troca-se praça sem árvore por reforma em prédios

Para custear a reforma do Teatro Municipal Antonieta Noronha e da Galeria de Artes Antônio Bandeira (Centro de Referência do Professor), a prefeitura de Fortaleza irá "vender" um pedaço de área verde e outro de via pública, localizados no Bairro de Lourdes, numa região pertinho das dunas da Praia do Futuro. Pela área total de 1.314,21 metros quadrados, a prefeitura cobra R$ 196.800, conforme autorizado por lei aprovada pela Câmara Municipal de Fortaleza, publicada no Diário Oficial de 10 de junho.

A área desafetada - termo técnico para a área que perde o caráter de pública - será objeto de permuta com o proprietário do terreno vizinho a ela, o qual a lei não identifica. O futuro comprador pagará R$ 149,74 por metro quadrado de terreno. Nos anúncios classificados da edição de hoje do Diário do Nordeste, duas ofertas de terrenos naquela região da cidade tinham valores de R$ 231 e R$ 241 pelo metro quadrado.

A lei descreve a área verde desafetada, de 1.117,52 metros quadrados (equivalente a um quadrado com 33 metros de lado), como "ainda desprovida de quaisquer recursos naturais" — ou seja, tratava-se de uma área de responsabilidade da administração municipal que, ao decidir livrar-se dela, acaba por admitir que não cuidou como deveria. Se os moradores não tinham uma área verde que pudesse ser completamente usufruída, por omissão de quem deveria deveria construir uma praça ou equivalente, agora ainda vão perder parte dela.

Aliás, a falta de cuidado da prefeitura com o patrimônio municipal chega a ser explícita. Noprojeto de lei em que o prefeito em exercício, o vice Tin Gomes, pediu à Câmara aprovação para desafetar a área, antes de dizer que a área verde está "sem nenhuma utilização" — ora!, utilizar o que não foi posto à disposição?!? —, o município justifica a necessidade de se desfazer da área verde e da via pública afirmando que "o estado de conservação dos dois equipamentos municipais [Teatro Municipal Antonieta Noronha e Galeria de Artes Antônio Bandeira] se encontra em total degradação". Acabou o dinheiro no caixa da prefeitura? Gastou-se com quê?

A área pública que passará a ser particular fica na Rua Professor Mozart Solon