Reflexões aleatórias

Reflexões aleatórias sobre a matéria "A vitória da 'patinha feia'", publicada na IstoÉ desta semana, sobre "resultados positivos da prefeita de Fortaleza":

"Bom momento que vive a administração municipal" — Quem disse isso? Opinião da própria administração ou do repórter?

"Coleção de indicadores de desenvolvimento sociais e econômicos" — Isso tem a ver com a prefeitura? O próprio economista ouvido na matéria fala que o crescimento da renda na periferia de Fortaleza se deve a política educacional (a educação básica, de competência da prefeitura, não chega a influir nisso) e a questões macroeconômicas (que se delineiam em nível federal).

"Luizianne tem dado uma atenção especial às populações mais carentes" — Fazendo o quê, por exemplo? A matéria não diz.

"'A classe média odeia a prefeita, mas os pobres da cidade representam quase 70% do município', afirma o cientista político Francisco Moreira, da Universidade de Fortaleza (Unifor)" — O que esses 70% acham dela? A matéria não diz. O texto leva a conclusões equivocadas sem uma leitura cuidadosa.

"Os investimentos da prefeitura em 2010 renderam ao município o posto mais alto do ranking das capitais do Norte e do Nordeste na geração de empregos formais" — Em que a prefeitura investiu que acarretou em geração de empregos? A matéria não diz.

"'Programas sociais, alinhados a uma política de mão de obra formal, geram uma capacidade de compra que movimenta toda uma economia', explica o economista Roberto Smith, ex-presidente do Banco do Nordeste (BNB)" — Qual a relação da prefeitura com isso? Programas sociais e política de mão de obra formal são federais.

Quando aparece algo que poderia servir para que se elogiasse a prefeitura ("reduziu em 52% a mortalidade infantil"), a revista tem como fonte "números da prefeitura" — Custava consultar o Ministério da Saúde?

PS: E onde foi tirada essa foto? Na Praia Mansa, aquela aonde não vai ninguém?

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Mais um apoio da Lei Rouanet

Em 22 de dezembro de 2010, o Ministério da Cultura aprovou o projeto cultural "Filarmônica Bachiana e Maestro João Carlos Martins em Fortaleza", proposto por uma empresa de Fortaleza. A partir de então, a empresa proponente ficou autorizada a captar até R$ 439.505 em recursos mediante doações, conforme a Lei Rouanet (Lei 8.313, de 1991). Essas doações são parcelas do Imposto de Renda a serem deduzidas pelos contribuintes doadores — portanto, em última análise, são recursos públicos.

O projeto (número 10 5225) foi apresentado com o objetivo de "realizar em Fortaleza, Ceará, duas apresentações da Filarmônica Bachiana, sob a regência do maestro João Carlos Martins". As apresentações ocorreriam nos dias 9 e 10 de março de 2011. O prazo inicial de captação de recursos se encerraria em 31 de dezembro de 2010 e foi prorrogado duas vezes, no início do ano para 30 de junho de 2011 e hoje para 31 de agosto de 2011. Até agora, o projeto de música erudita já captou R$ 389.000 com vários mecenas.

Ao contrário do previsto, as apresentações de Martins regendo a Filarmônica Bachiana não ocorreram em março. Os concertos só foram apresentados quarta e quinta-feira passadas (27 e 28 de julho), no Theatro José de Alencar. A primeira apresentação foi somente para convidados. A segunda, em prol de uma fundação de assistência a doentes renais, cobrou R$ 100 pelo ingresso. Os promotores do evento mencionaram apenas a apresentação beneficente paga no anúncio da apresentação.

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